Este artigo é o resultado de uma palestra para homenagear os 50 anos da morte de Carl Gustav Jung. Será apresentada sua trajetória de pensador frente ao problema das grandes dualidades da vida do ser humano. Inicia com uma breve introdução sobre o final da vida de Jung, sua identificação com o simbolismo da pedra e a luta interna para entender a dualidade. Jung procurou entender os opostos e dedicou-se, no início da vida, ao ‘bem versus mal’. Em 1939, depois de um contundente sonho com Hitler seu interesse passou a ser a dualidade ‘da vida e da morte’. Como pano de fundo e suporte, será utilizada a obra “Fausto”, de Goethe para mostrar como Jung encarava a metáfora da morte. Um artigo do mitólogo Karl Kerényi, que chegou as mãos de Jung em 1940 para uma pequena resenha, mas que só em 1956 foi concluída, vai servir de base para aprofundar o estudo. Este artigo de Kerényi é uma apreciação da cena “Noite de Valpúrgis clássica”, do Fausto de Goethe. O que seria uma pequena recensão de Jung sobre o artigo de Kerényi resultou em uma grande obra, que foi publicada com o título de “Mysterium Coniunctionis”. Por último, na obra de Hermann Hesse, “Narciso e Goldmund” será focalizada a importância do arquetípico feminino em Jung e sua relação com o envelhecimento, a doença e a morte.